quarta-feira, 28 de maio de 2014

ARTIGO - Comentários sobre a Copa do Mundo no Brasil

Foram abertas há algumas semanas 18 mil vagas para trabalhadores voluntários para a Copa do Mundo no Brasil.

Ao mesmo tempo em que procuram trabalhadores sem remuneração, os gastos com o mundial beiram os 40 bilhões de reais (mais do que as 3 últimas juntas), além do que a FIFA e as grandes empresas de turismo e hotelaria obterão de lucro.

No entanto, como a soberania do Brasil já foi "emprestada" à FIFA pela Lei Geral da Copa, sem muitas mostras de oposição, não é de se surpreender que aparente ser normal o trabalho voluntário para a FIFA, mesmo sabendo o voluntário que estará contribuindo ainda mais para a miséria do povo e para o lucro da FIFA e dos grandes empresários.

Mas afinal, ele está feliz, porque no auge da sua inocência está participando da maior festa mundial, e blá blá blá.

Ora, se para ter uma festa é preciso desalojar 120 mil famílias (isso mesmo CENTO E VINTE MIL FAMÍLIAS PERDERAM SUAS CASAS), e aceitar mortes de trabalhadores devido à pressa na construção de última hora, pretendo não participar, pois não há mais clima de festa.

Ao menos para quem tem um mínimo de bom senso, não vai ter copa, talvez alguns jogos entre seleções de jogadores de 32 países, mas não será uma festa a nível mundial, pois toda a essência foi perdida e não por ser no Brasil ou por ser o PT no governo (como é mais fácil dizer), mas principalmente porque hoje tudo se comercializa.

Hoje a felicidade se compra, pois as pessoas vivem em uma interdependência com o dinheiro, ao mesmo tempo que com o status. Por isso que algumas pessoas abrem mão de remuneração, para ser voluntários na Copa do Mundo, mas não abrem mão do status de classe média ou alta.

E pior, não abrem mão da alienação, isso é o que mais me intriga. Tem energia pra trabalhar de graça para empresas milionárias, mas não tem a mínima vontade de ser útil socialmente, tanto com trabalhos sociais efetivos quanto com a criação de uma consciência crítica sobre a dura realidade social.

Agora é mais fácil enxergar o sentido da expressão "Não vai ter copa", pois após tudo acabar, dia 13 de julho, tudo o que restará serão estádios bilionários superfaturados, mais lucro aos empresários, e mais pobreza e dor ainda para os afetados por essa ganância.

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